De Alberto Caieiro, "em Pessoa":

"Pensar incomoda como andar na chuva
Quando o vento cresce e parece que chove mais"

31/05/2011

PENEIRANDO, PENEIRANDO, PENEIRANDO...

MAIO

Galeria de fotos antiga
meu ideal esquecido.
A fusão dos sentidos.
Engano inocente passível de perdão.

Correndo atrás da alma,
nada depois do óbvio.
Nada além do que se acaba.
Desconhecido se nega (ou não?)

Andando muito difícil...
Expirei pela última vez.
Posso ser eterno agora,
conheci o que não pedi.

Resistir nunca foi o máximo,
todos sempre mentiram!
Eu pedi, eu avisei,
nada adianta em caso particular.

O que preciso está quebrado,
insisto para não enlouquecer.
Na falta de algo melhor,
sempre apelei para a teimosia.

O passado com fracasso,
o que acontecerá depois da vida?,
o objetivo inatingível!
A minha razão ultrajada e
a máquina de escrever.

Nem tudo tem explicação...

26/05/2011

Típicos experimentos...

DESLOCAMENTO

Como posso,
como?
Corpo cheio de ar,
umidade nos olhos
dor espiritual aqui
comigo
dentro de mim
longe daqui (onde estou)
sem tino
faltando rumo,
trilha virgem que eu fiz
através dos campos
fechados
do meu próprio coração.



PEQUENAS RELAÇÕES

A Lua,
o Sol
a nuvem
a luz.

As mãos,
os pés
os olhos
as dores.

A menina,
o pai
a mãe
o mendigo.

Sempre algo te contradiz
mostrando-te que és infeliz.

O negro,
o branco
o amarelo
a lepra.

O homem,
a mulher
o invertido
o cadáver.

A verdade,
a mentira,
a dúvida,
o silêncio.

Sempre algo diferente
mostrando-te que és incoerente.

24/05/2011

TÃO ANTIGO, TÃO ATUAL...

TUDO DE UMA VEZ

Sempre que o passado repassa a dor,
a dor devolve o passado.
Mais uma vez,
não há como o deixar que os receios estimulem agonias.
Sou o mesmo e, com isso,
não digo que vou entregar-me
ou minha vida...
Só significa que não vou mais esperar
manifestar algo além de mim mesmo! Todos farão
os mesmos comentários, todos me olharão
do mesmo modo. Eu já não darei mais importância
ao prezar ou desprezarem-me.

Se ninguém pode ter sinceridade,
que diferença farão críticas ou elogios?
Que serão
manifestações de amizade
ou a mesquinharia de um materialismo sem nexo?

Estou cansado,
corpo e mente.
Chorar não me adianta mais.
Quero só poder viver.
Quer só poder a paz, mesmo que só em mim,
mesmo que só.
Calar-me um pouco mais.
Sentir-me melhor.
Ser o que sou e seja lá o que for.

17/05/2011

DO FUNDO DO BAÚ...

Há mais de dez anos...

Meus braços cansados dóem
mas não me importo:
continuo levantando dúvidas e
estrangulando dogmas.

Minhas pernas extenuadas fraquejam
mas não me canso:
continuo perseguindo verdades
e correndo das imposições.

Todos os dias
uma nova proposta é posta
como aposta entre quem sabe mais.
Mas eu, socraticamente, sequer
sei quem sou.
Por isso, a luta. O cansaço,
a dor, o fraquejar e
tamanha insistência. É
o projeto que faz da minha existência
buscar o caminho lógico de quem quer sorrir.

E há mais de vinte (!!!!!!!) Tanto que tem até título!!

HOLOCAUSTO

Caminhando neste deserto
seguido por todos, e todos estão nus;
seguido pela peste, e todos a conhecem,
vivendo em busca da saída
indispensável
que ninguém um dia viu.

Caminhando nesse deserto
seguindo a trilha da tormenta;
seguindo a luz que não me ilumina,
vivendo em busca da saída
indispensável
que simplesmente não existe.

Caminhando nesse deserto
vencido pela desesperança;
vencido pelos rostos apodrecidos que me seguem,
vivendo em busca da saída
indispensável
que se encontra dilacerada.

Caminhando nesse deserto
vencendo o chão
vencendo a dor
vivendo em busca da saída
indispensável
que jamais vão encontrar!

15/05/2011

O SINDICATO QUE TEM UM DONO

Sou professor da rede municipal de São Paulo. Não por conveniência (ou não SÓ por conveniência...) Estou cansado de ouvir outras pessoas dizerem que eu deveria fazer outra coisa da vida... Não me incomoda, não me irrita, não acho ruim, mas me canso porque percebo, em muitas das que fazem tal comentário, que ele vem num tom de desprezo pela atividade.
Eu sou e quero ser professor! E é dentre os professores que deveriam estar os melhores. Não sou cego nem sonhador, não alimento ilusões, mas essa é uma questão óbvia para quem tem, antes de mais nada, honestidade ao analisar o que significa trabalhar na educação pública.
Tenho, sim, receio de até quando vou aguentar (fisicamente); tenho, sim, explosões íntimas que colocam em xeque quanto eu trabalho x quanto eu ganho e o que minha família tem e pode ter com isso; tenho, sim, desilusões e decepções e uma sensação de inutilidade, do constante semear no deserto, mas obviamente que nada é tão simples assim, e além disso não há nenhum outro lugar onde eu possa ver uma mudança tão ampla, bonita e preponderante acontecer. Ela vai acontecer. É inevitável. E por razões muito lógicas, objetivas. Neste sentido, o que tem de menos cartesiano e mais fora da razão é minha esperança de estar participando de tal mudança. Não sei se terei tempo suficiente.
Falo de tudo isso porque vejo a escola pública como uma instituição com uma meta clara, inerente à sua existência, que ninguém pode negar, e mesmo que vivam tentando imputar-lhe outras funções e atribuir-lhe outras características, todas elas tornam-se somente adicionais. O problema é que, infelizmente, há muita gente que usa a escola pública para tudo o que permite a sua modesta amplitude de visão - que não ultrapassa poucos milímetros em torno do umbigo; oportunistas sem fim, independente dos diferentes interesses, sejam puramente materiais (é, professor na nossa rede ganha muito mal - o que é diferente de ganhar pouco -, mas ainda assim temos entre nós alguns miseráveis que vivem atormentando em troca de avaras migalhinhas a mais!!!), pessoais (viver na folga ou de gloríolas ridículas e sem cabimento), políticas (muita gente de fora da escola usa a escola para isso, mas também tem gente de dentro...) e, finalmente cheguei lá, sindicais.
O Sindicatos dos Profissionais em Educação no Muncípio de São Paulo, o SINPEEM, é um dos maiores sindicatos do país; fundado há duas décadas atrás, parcialmente como fruto de um intenso movimento grevista durante a administração Jânio Quadros, arrecada um montante em contribuição sindical nada desprezível. Possibilita uma projeção imensa a quem o dirige, evidentemente que em parte por conta do crescimento apresentado nestas duas décadas, mas muito mais pelo setor de trabalhadores em que atua: supostamente, formadores de opinião. Mas aí é que está, como se dizia antigamente, o "busílis" da questão: com tantos profissionais dentro da educação pública e indiferente com seus caminhos, com o eterno "não tem mais jeito" ou "não posso fazer nada" nos lábios, o que é que poderíamos esperar??
Ontem, 14 de maio, este sindicato divulgou o resultado das eleições para a formação de sua diretoria. Foi reeleito, pela OITAVA vez, o atual presidente, com mais de 50% dos votos, numa expressiva participação da categoria (quase 30 mil votantes, embora seja necessário lembrar que houve dispensa de ponto para os eleitores!!) Ele, que é vereador eleito por um partido que compõe a base de apoio do prefeito em troca de meia-dúzia de cargos (apesar de viver em arrotando "independência"), é o eterno presidente do sindicato. Não vou emitir rigorosamente nenhum juízo de valor a respeito de sua atuação como presidente do SINPEEM - até porque não é possível fazer comparações, pois somente ele foi presidente -, mas simplesmente tenho que dizer quão ABSURDO É MANTER UMA PESSOA NO COMANDO DE UMA ORGANIZAÇÃO SINDICAL POR TODA SUA EXISTÊNCIA; ainda que a inexistente possibilidade de vê-lo perder uma eleição para a diretoria se concretizasse, uma nova diretoria ver-se-ia imobilizada, incapaz de realizar qualquer trabalho, porque é evidente que a estrutura se apresentaria completamente viciada. O sindicato personalizou-se, ganhou o carimbo do seu eterno presidente e, por conta disso e da atuação político-partidária que esta pessoa tem, INSTITUCIONALIZOU-SE, tornou-se, na contra-mão de sua razão de ser, uma instituição que representa a administração pública junto aos profissionais em educação!!
Acontece que a categoria, e neste caso podemos simplificar e dizer que a maioria dela, concorda em manter para sempre a mesma pessoa presidindo seu sindicato! Talvez pela disseminação da indiferença, ou pela preguiça intelectual, ou por um pouco das duas coisas... Mas o problema é que, com isso, a categoria deixa de ter um sindicato. Ele virou propridade do seu presidente.
O SINPEEM virou um sindicato que tem um dono.

04/05/2011

COMO É ENGRAÇADINHO, O FASCISTINHA!!!

Coisa de duas semanas atrás, encerrei a leitura do "Guia politicamente incorreto da História do Brasil", livro que vem causando relativo furor e encabeça a lista dos mais vendidos de não-ficção nos últimos tempos. Já cabe aqui a primeira correção: o livro integra a lista errada, pois se não podemos tratá-lo como mera ficção, é muito vago enquadrá-lo em "não-ficção". Figuraria melhor, na minha opinião, na categoria "Auto-ajuda, religião e esoterismo", pois será certamente uma obra de cabeceira e conforto (auto-ajuda!!!!!) para aquela enorme gama de imbecis futilmente "bem-informados" (os "compradores de opinião"), muitos que consideram a imprensa brasileira de "esquerda", aqueles que chamo (eu e minha incansável prática de neologismos) de "neopseudofascistas". Aliás, não caracterizo assim o autor, este aí é simplesmente neofascista, ou fascista "fashion" (tentei juntar as duas coisas, mais "fashioncista" ou "fascishion" não representa direito a idéia).
Leandro Narloch... Veja só quem é ele:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/livrariadafolha/ult10082u694637.shtml
Até carinha de fascistinha ele tem, né não? É um dos herdeiros-"carpideiras" de Paulo Francis (esse ainda tinha informação, cultura, inteligência, apesar de tudo), como Augusto Nunes, Olavinho (ah, não, esse é mais antigo), Gustavinho Ioschpe, Diogo Mainardi...
Pois é.
A introdução dele já avisa: "Alguém poderá dizer que se trata do mesmo esforço dos historiadores militantes, só que na direção oposta. É verdade. Quer dizer, mais ou menos. Este livro não quer ser um falso estudo acadêmico, (...) e sim uma provocação (...) com o objetivo de enfurecer um bom número de cidadãos."
Envio-lhe meus parabéns, porque comigo ele atingiu o objetivo.
Duas coisas, que se completam, são o que mais me irritam no livro. Primeiro aspecto, ele poderia apresentar interessantes contrapontos em alguns dos temas, pelo menos naqueles onde o furor ideológico que Narloch dissimuladamente nega não estão tão presentes, se (segundo aspecto) ele não quisesse fazer um humorzinho ridículo e sem sabor num tipo de discussão que não dá espaço para este tipo específico de brincadeirinhas. Por exemplo, depois de desancar os nativos do Brasil (os índios que os portugueses encontraram ao chegar), sobre o fumo/tabagismo, ele diz: "Culpa dos Índios? Claro que não. (...) não têm nenhuma responsabilidade sobre um hábito que copiamos deles. Na verdade, temos é que agradecer a eles por terem nos iniciado nesse costume maravilhoso que é fumar tabaco e outras ervas deliciosas. Da mesma forma, quem hoje se considera índio poderia deixar de culpar os outros por seus problemas." Sinceramente, nem consigo saber se é ironia ou o que o sujeito pensa, mesmo. Porque, na verdade, ele atrai para sua armadilha de bom-humor e gracinhas os infelizes que se acham integrados, ligados, conectados, mas que não têm a menor autonomia intelectual, são apenas capazes de consumir informação, pseudocultura e opinião alheia, que depois arrotam como se fosse sua.
- Narloch inicia suas infâmias afirmando que a quantidade de indígenas mortos ao longo do tempo foi menos culpa da vinda dos europeus do que deles mesmos.
- Que os bandeirantes foram verdadeiros heróis, desbravadores corajosos.
- Insinua que os negros não têm que reclamar da escravidão no Brasil porque parte deles participava do tráfico negreiro e também tinham escravos.
- Nega o inegável avanço comparativo (comparativo, veja bem!!!) do Paraguai em relação aos seus vizinhos.
- Trata a monarquia brasileira como ícone da liberdade no século XIX (primeiro ele acusa Machado de Assis de ser um cruel sensor de D. Pedro II, antes de escrever que "A famosa liberdade política do Império atingiu o auge durante o reinado de D. Pedro II").
- Considera Santos Dumont um mero canalha sem caráter; afirma que Prestes era cruel, ranzinza, teimoso, imaturo e burro, incompetente.
- Sem pecha, constata que ninguém no Brasil apoiava nem a independência, nem o fim da escravidão nem a república.
- Trata estados brasileiros, como Acre, Alagoas, Amapá, Tocantins, Rondônia e Roraima como apêndices incômodos para o Brasil (aliás, na verdade, ele não queria o Brasil como país, porque nega ao seu povo qualquer identidade, é incapaz de perceber que, independente de como algumas coisas tenham nascido ou sido trazidas para o Brasil, passaram a ser identificadas com o país. Pensamento muito encaixotado, sistemático, limitado).
- Tem a audácia de chamar a ditadura no Brasil de boazinha, porque não matou milhares como na Argentina e no Chile.
Tudo isso (tem mais, muuuuuito mais...) permeado pela "incompetência" e "ignorância" de professores e historiadores militantes, "esquerdistas", que pervertem as idéias e impedem o conhecimento da real história do Brasil. (Entendam bem: no Meinkampfismo neofascista, qualquer um que diga qualquer coisa discordando das idéias de um dos seus próceres é "esquerdismo", e militante só tem no que ele chama de esquerda: ele não é um militante - alguém precisa lhe apresentar Gramsci!!!!!!)
Mas, interessante... Todas as suas constatações e "provocações", como ele mesmo diz, baseiam-se em uma, duas, no máximo três autores. Toda a historiografia brasileira vale menos do que aquilo que os autores que ele escolheu acreditar escreveram.
Leandrinho, meu querido... Como é que os índios iriam viver bêbados sem as novas beberagens trazidas pelos europeus? E, se eles matavam-se uns aos outros, como você disse, fizeram isso de maneira infinitamente mais intensa atuando do lado deste ou daquele europeu. Ou seja, a mortandade indígena foi um pouco de culpa e MUITO da responsabilidade européia!

Qualquer professor de história minimamente sério sabe que a escravidão entre os vários povos africanos era prática comum, similar a da antiguidade oriental e européia, e que também ocorreu a escravização de brancos europeus por negros africanos no mesmo período, mas ninguém pode negar o aprisionamento de negros transformados em escravos pelos europeus que os tratavam como mera mercadoria (e é risível, ridículo, atribuir à meia-dúzia de instituições e três ou quatro parlamentares ingleses, contrários humanamente à escravidão, o posicionamento político daquele reino: foi, sim, uma questão eminentemente econômica, mas aparentemente muito além da sua compreensão ou incômoda demais para as meias-verdades que você defende).

O Império brasileiro, desde a outorga da Constituição de 1824, permitia uma potencial participação política muito maior (e mesmo assim a uma mínima proporção da população) do que na maioria dos países do mundo à época, é verdade; mas a tal "liberdade" política era de fato para um setor muito particular da sociedade brasileira - sem falar que as repúblicas vizinhas não ficaram paradas no tempo.

Professores, a maioria deles, sabem também que a Guerra do Paraguai foi iniciativa do Paraguai, e que os López não eram "santinhos", mas ocorreu, sim, um uso excessivo, abusivo e desnecessário de força do Brasil contra o vizinho. E entre os investimentos de poucos britânicos (não ingleses) no Paraguai e o potencial gigantesco lucro com os empréstimos mais vendas de armamentos para alimentar o conflito, o governo inglês acabou, sim, optando pela segunda política.

Dizer que os brasileiros não apoiaram a Independência nem a Abolição nem a República no Brasil é dizer que o povo, como sempre, foi manobrado e alheado do processo, algo que você seria incapaz de dizer porque, provavelmente, tem nojo do significado da expressão "povo". Deve estar esperando um "pogromzinho" nas periferias brasileiras, né não? (http://sergyovitro.blogspot.com/2010/11/sim-eu-tenho-preconceito-leandro.html) - ainda bem que tem uns comentários lúcidos ao final!!!

Machado de Assis, Graciliano Ramos, Santos Dumont, Prestes, todos eles eram figuras humanas, Leandrinho... Sujeitos a erros, tentações, desvios... Agora, demonizá-los e negar-lhes, com coerência e ponderação, a parte que lhes coube na história do país é ainda muito mais ridículo do que tratá-los (também erroneamente) como heróis geniais e incontestes. E, assim como é simplista a consideração dos bandeirantes paulistas como bandidos, vilões, cruéis, passar disso à santificação dos mesmos é de uma parcialidade tosca. Se eram miseráveis, se as condições eram desesperadoras, eles somente toparam tão absurda e gigantesca aventura pela expectativa de encontrar o caldeirão de ouro no final do arco-íris!!! Aliás, ao ler sua posição a respeito do Acre e o comparativo feito com outros estados brasileiros, você deveria considerá-los uns desgraçados, mesmo, pela parte que cabe aos vicentinos por terem empurrado tão à oeste a fronteira brasileira.

E, meu aspirante a Mussolinizinho do século XXI, não é porque OFICIALMENTE a ditadura brasileira matou menos que ela não foi cruel... Aliás, tive um ataque de riso com a sua afirmação de que a revolta de Isidoro Dias Lopes em 24 matou mais gente que toda a ditadura militar no Brasil... Devem ter achado o dobro de crânios só no pedaço que cavaram lá em Perus, comparado aos 300 e tantos oficiais... E é engraçado, a ideologia defendida por Prestes matar 1 é crime e crueldade (é, mesmo, não estou negando), mas a ditadura matar 300 e tantos é "brando" (a "Ditabranda" dos Frias).

Ridículo.

Enfim, não me incomoda o fato de tantos "jornalistas" estarem escrevendo sobre história. Pena que eles não tenham uma efetiva postura de jornalistas ao escreverem! Aliás, um cara que se criou dentro do espectro ideológico da "Forza Brasile" (conhecida como revista Veja) e aprendeu a escrever lá não deveria ser considerado jornalista (por sinal, classe curiosa que pode opinar desde a culinária doméstica até a política de energia nuclear, passando pela história de um país, mas defende que para integrá-la deve-se ter um diploma).

O mais preocupante e triste de tudo é ver um livro destes ser tão vendido, lido e (salve-nos quem puder...) até elogiado por brasileiros que se convenceram com as gracinhas, "vejismos" e "diogomainardismos" infames do sr. Narloch... Vê-lo entrevistado e repercutido no programa do Jô Soares (não, não, perdão, isso não me assusta, não, era previsível). Será que não explica o fato de uma excrescência ideológica como Jair Bolsonaro conseguir eleger-se e reeleger-se parlamentar?
Onde é que vamos parar??